Pular para o conteúdo principal

Não se abale com cobranças



Vivemos em um mundo de cobranças. Desde pequenos quando começamos a dar os primeiros passos somos cobrados por todos o tempo todo.
Conforme avançamos na idade, as cobranças aumentam, na escola, na faculdade, no trabalho. Cobranças dos nossos pais, namorada(o), amigos, colega de trabalho, nosso chefe, enfim, somos cobrados incessantemente e, já li em alguns textos, que apontam o excesso de cobrança como fator importante na depressão dos jovens atuais.
Então o problema é o excesso de cobrança? Não acredito nisso! O problema é como lhe dar com a cobrança. Cobranças em geral são boas, incentivam, nos dão motivo para conquistar algo, lógico que, como tudo, depende de como é feito, uma cobrança onde denegrimos ou humilhamos a pessoa não pode ser boa, mas aquela cobrança com incentivo é super motivadora.
Imagine um pai ensinando um filho a andar de bicicleta.
- Vamos moleque, pedala! Seu molenga! Vai ser um $#*(&$# na vida.
- Vamos moleque, pedala! Você consegue! Vai campeão! Força!
Nessas duas situações você pode imaginar o que acontece com a criança. O problema não é a cobrança, mas como ela é feita, note que na segunda ela praticamente deixa de ser uma cobrança e passa a ser um apoio.
Para uma criança a forma com o qual ela é cobrada e/ou incentivada é determinante para colocá-la de forma otimista ou pessimista frente a um desafio, neste caso o cuidado deve ser daquele que interage com a criança. Já para jovens e adultos que possuem uma capacidade de discernimento maior, é preciso enfrentar as cobranças independente de como são feitas.
Imagine a situação de um jovem que é cobrado pelos pais para passar no vestibular, só a pressão da prova já é um peso grande para se garregar, dirá com a cobrança dos pais "- Você precisa passar" ou a auto cobrança em relação as outros "- Que vergonha se eu não passar". Primeiro pondere sobre a situação, com os seus pais o diálogo é a melhor opção, com os "outros", bem, com esses você realmente não precisa se preocupar, com o perdão da palavra: "-Foda-se os outros".
Costumo dizer para meus filhos, os melhores pilotos do mundo disputam uma corrida de formula 1, mas dos 20 competidores, 19 perdem, ou seja, todos estão lá para vencer (são os melhores) e são cobrados por isso, mas todos precisam enfrentar a derrota, e isso também é o que esperam deles, então, não é vergonha falhar, não é vergonha errar, não é vergonha ser vencido... a vergonha está em não tentar.
Então quando nos cobram, mesmo que de forma pesada, precisamos sempre refletir e buscar a melhor forma de enfrentar o desafio, eu particularmente gosto da técnica de "dividir para conquistar", transforme seu desafio em desafios menores e mais fáceis de serem superados, o importante é não se sentir pequeno, inferiorizado ou vencido.
Não tenho a pretenção de minimisar a questão, mas apenas - de forma superficial - trazer um pouco de luz para a questão, as pessoas tendem a não gostar de cobranças, mas nem sempre isso é ruim, depende de como encaramos a situação.

Postagens mais visitadas deste blog

O Cadinho da Alma: Jung e a Alquimia na Jornada de Transformação Interior

O Cadinho da Alma: Jung e a Alquimia na Jornada de Transformação Interior Introdução - Desvendando a Conexão Inesperada Em um primeiro olhar, a psicologia profunda de Carl Gustav Jung e a antiga arte da alquimia podem parecer domínios distantes, quase antagônicos. De um lado, a ciência da psique, buscando compreender os meandros da mente humana através da observação clínica e da análise. De outro, uma prática esotérica envolta em mistério, com seus cadinhos, transmutação de metais e busca pela lendária pedra filosofal . No entanto, foi precisamente nessa aparente dissonância que Jung encontrou um fértil campo de investigação, desvendando uma conexão surpreendente e profundamente reveladora entre os processos alquímicos e a jornada de transformação interior da psique humana. Este artigo propõe-se a explorar essa fascinante intersecção, mergulhando no universo simbólico da alquimia à luz da psicologia analítica de Jung. Longe de serem meras especulações pseudocientíficas, os sí...

Linguagem Correta: O Poder das Palavras na Comunicação Ética

  A frase "Linguagem Correta significa evitar as palavras falsas, inúteis, abusivas e ambíguas" destaca a importância da comunicação ética na sociedade. As palavras que escolhemos têm o poder de construir ou destruir, de unir ou dividir. Neste artigo, exploraremos como uma linguagem correta pode fortalecer relacionamentos, promover entendimento mútuo e contribuir para um mundo mais harmonioso. Evitando Palavras Falsas As palavras falsas têm o potencial de enganar e manipular, minando a confiança nas relações interpessoais. Ao evitar a falsidade na linguagem, cultivamos a honestidade e a integridade em nossas interações. Isso significa ser autêntico e transparente em nossas comunicações, construindo relações baseadas na confiança mútua. Eliminando Palavras Inúteis Palavras inúteis são aquelas que não agregam valor à comunicação, apenas ocupando espaço e diluindo a mensagem. Ao eliminar o excesso de palavras, tornamos nossa comunicação mais clara e eficaz. Isso envolve ser conc...

Um pássaro não canta porque tem uma resposta.

"Um pássaro não canta porque tem uma resposta. Ela canta porque tem uma canção." (Provérbio Chinês)

Samsara

Samsara (sânscrito-devanagari: संसार: , perambulação) pode ser descrito como o fluxo incessante de renascimentos através dos mundos. Na maioria das tradições filosóficas da Índia, incluindo o Hinduísmo, o Budismo e o Jainismo, o ciclo de morte e renascimento é encarado como um fato natural. Esses sistemas diferem, entretanto, na terminologia com que descrevem o processo e na forma como o interpretam. A maioria das tradições observa o Samsara de forma negativa, uma condição a ser superada. Por exemplo, na escola Advaita de Vedanta hindu, o Samsara é visto como a ignorância do verdadeiro eu, Brahman, e sua alma é levada a crer na realidade do mundo temporal e fenomenal. Já algumas adaptações dessas tradições identificam o Samsara (ou sa sâra, lit. "seu caminho") como uma simples metáfora. Samsara no Budismo Tibetano É a perpétua repetição do nascimento e morte, desde o passado até o presente e o futuro, através dos seis ilusórios reinos: Inferno, dos Fantasmas Famintos, dos...

Todas as riquezas do mundo não valem um bom amigo

Ao longo da história, filósofos, poetas e pensadores têm exaltado a importância da amizade, destacando que, em última análise, a verdadeira felicidade e satisfação na vida estão intimamente ligadas às nossas relações interpessoais. O Valor da Amizade Um bom amigo é aquele que nos apoia incondicionalmente, celebra nossas conquistas e está presente nos momentos de adversidade. A amizade verdadeira é construída sobre a base da confiança, respeito mútuo e empatia. Esses laços são fundamentais para o bem-estar emocional e psicológico, proporcionando um senso de pertencimento e segurança que o dinheiro simplesmente não pode comprar. Riqueza Material vs. Riqueza Emocional Embora a riqueza material possa oferecer conforto e segurança, ela não pode preencher o vazio deixado pela ausência de conexões significativas. Pessoas que possuem grandes fortunas mas carecem de verdadeiros amigos frequentemente relatam sentimentos de solidão e insatisfação. A riqueza emocional, por outro lado, é cultivada ...

Caminho do Meio

Durante anos, Siddhartha e os seus seguidores viveram em silêncio e nunca sairam da floresta. Para beber, tinham a chuva, como comida, comiam um grão de arroz ou um caldo de musgo,ou as fezes de um pássaro que passasse. Estavam tentando dominar o sofrimento tornando as suas mentes tão fortes que se esquecessem dos seus corpos. Então... um dia, Siddhartha escutou um velho músico, num barco que passava, falando para o seu aluno... "Se apertares esta corda demais, ela arrebenta; e se a deixares solta demais, ela não toca." De repente, Siddhartha percebeu de que estas palavras simples continham uma grande verdade, e que durante todos estes anos ele tinha seguido o caminho errado. Se apertares esta corda demais, ela arrebenta; e se a deixares solta demais, ela não toca. Uma aldeã ofereceu a Siddhartha a sua taça de arroz. E pela primeira vez em anos, ele provou uma alimentação apropriada. Mas quando os ascetas viram o seu mestre banhar-se e comer como uma pessoa ...

Três coisas não podem ser escondidas.

Três coisas não podem ser escondidas: o Sol, a Lua e a Verdade. - Buddha.

Se não houver vento, reme!

No vasto mar da vida, encontramos momentos em que esperamos que as circunstâncias nos favoreçam, que o vento sopre a nosso favor. No entanto, há ocasiões em que o silêncio do vento é ensurdecedor, e o mar parece imóvel. É nesses momentos que a sabedoria de "se não houver vento, reme!" se revela essencial. Aceitando o Desafio A metáfora do remo nos ensina que não podemos depender apenas das condições externas para avançar. Se esperarmos passivamente pelo vento certo, podemos ficar à deriva. Em vez disso, é necessário assumir o controle, agarrar os remos e começar a remar com determinação. Ação e Determinação Remar simboliza a ação proativa. Significa tomar iniciativa, mesmo quando o ambiente ao nosso redor parece adverso ou estático. A ação não espera pelas condições ideais; ela cria suas próprias oportunidades e molda seu próprio caminho em direção aos objetivos. Persistência e Resiliência Nos momentos de calmaria, quando o progresso parece lento ou inexistente, é fácil desan...

O Poder do Silêncio e da Meditação: Encontrando Paz e Foco no Mundo Moderno

O Ruído Constante da Vida Moderna Em um mundo que vibra em um ritmo frenético, somos constantemente bombardeados por uma cacofonia de estímulos. Buzinas impacientes ecoam pelas ruas, notificações digitais piscam incessantemente em nossos dispositivos, conversas se sobrepõem em espaços públicos e a trilha sonora onipresente da informação digital nos acompanha a cada passo. Essa sinfonia incessante, que se tornou a norma da vida moderna, muitas vezes nos impede de perceber a ausência fundamental que pode trazer equilíbrio e clareza: o silêncio . Desde o despertar até o adormecer, somos envolvidos em uma teia complexa de ruídos externos e internos. Nossas mentes, assim como o ambiente ao nosso redor, raramente encontram um momento de verdadeira quietude. Pensamentos acelerados, preocupações com o futuro, lembranças do passado e a constante necessidade de processar informações competem por nossa atenção, criando um " ruído mental " que pode ser tão exaustivo quanto o barulho fí...

Persona e Sombra: Desvendando a Máscara Social e os Mistérios da Psique

Persona e Sombra: Desvendando a Máscara Social e os Mistérios da Psique Desde os primórdios da filosofia e da psicologia, a complexa natureza da psique humana tem sido objeto de intensa exploração. Quem somos nós além das fachadas que apresentamos ao mundo? Quais forças invisíveis moldam nossos comportamentos, emoções e escolhas? Mergulhar nas profundezas da nossa identidade revela uma fascinante dança entre o que é consciente e manifesto, e o que reside nas sombras do inconsciente. Este artigo propõe uma jornada de descoberta através dos conceitos da Persona e da Sombra , dois arquétipos centrais na psicologia analítica de Carl Jung . A Persona, como a máscara social que adotamos, representa a face que escolhemos apresentar ao mundo, influenciada por expectativas sociais, papéis que desempenhamos e o desejo de sermos aceitos. É a nossa adaptação ao ambiente externo, a roupagem que nos permite navegar pelas interações sociais. Contudo, por trás dessa máscara cuidadosamente constru...